A polícia deve ter uma boa pista, porque as madeiras tinham sido pintadas de verde nesse mesmo dia, de modo que deve haver marcas desta pintura nas mãos ou nas roupas do culpado.
4 da tarde. Ah, a maldita mulher! Que seja três vezes maldita! Pouco importa! Não será a mais forte! Não, não será.
Mas que mulher diabólica!
Fez-me perder a minha cátedra; agora ataca a minha honra.
Não há, portanto, nada que eu possa fazer contra ela, nada, a não ser... Mas tão fortemente inquieto como ando, não saberia concretizar esta ideia.
Há coisa de uma hora entrei no meu quarto e a minha vista reparou em algo que me tornou tão fraco, tão gelado de pavor que me sentei na beira da cama e desatei a chorar.
Havia já anos que não chorava, mas desta vez toda a minha força nervosa me tinha abandonado.
Só consegui soluçar numa crise impotente de dor e de cólera.
O meu casaco de interior, que uso habitualmente depois do jantar, estava pendurado num cabide, próximo do guarda-fatos, e a manga direita achava-se coberta por uma camada espessa de pintura verde desde o punho ao cotovelo.
Aqui tínhamos, pois, aquilo que ela entendia por outra volta da chave de parafusos!
Fez de mim um imbecil, em público; agora quer aviltar-me como um criminoso.
Desta vez, falhou, mas depois... Nem me atrevo a pensar russo.
E Agathe, e a minha pobre e idosa mãe! Preferia ter morrido.
Sim, é esta a segunda volta da chave de parafusos, e é sem dúvida o que queria dizer quando me advertiu de que ainda nem suspeitava da extensão do seu poder sobre mim.
Reli as notas que tinha tomado da minha conversa com ela, e vejo que com um ligeiro esforço da sua parte o paciente ficaria consciente, que com um esforço mais considerável ficaria inconsciente.
