Mas se Agathe tivesse voltado um minuto antes, não era certo que o parasita infernal que entrara em mim me teria obrigado a lançar este líquido sobre ela?
Ah, este é um pensamento insuportável!
Mas era assim que deveria suceder, pois de outro modo porquê o teria eu trazido?
A ideia do que estivera prestes a fazer obrigou os meus nervos enfraquecidos a ceder. Caí sentado, tremendo convulsivamente, no estado de farrapo humano.
Foram o som da voz de Agathe e o roçagar do seu vestido que me fizeram voltar a mim.
Levantei a vista, observei os seus olhos azuis bem cheios de ternura e de dó a fitarem-me.
- Devemos levá-lo para o campo, Austin. Precisa de repouso e de tranquilidade. Está com um aspecto terrivelmente cansado.
- Oh!, não é nada - disse eu tentando sorrir. - Foi apenas uma fraqueza passageira. Agora já estou totalmente bem.
- Lamento muito tê-lo deixado aqui à espera. Pobre amigo, deve estar aqui há pelo menos meia hora. O padre estava no salão e como eu sabia que não aprecia dar-se com ele, pareceu-me preferível fazê-lo conduzir aqui por Jane. Estava a ver que aquele homem nunca mais se ia embora.
- Dou graças a Deus por ele ter ficado! Graças a Deus que ele ficou! - exclamei como um louco.
- Então o que é que tem, Austin? - perguntou ela ao mesmo tempo que me agarrava um braço, no momento em que me levantara a titubear. - Porque se mostra contente por o padre ter ficado? E que vem a ser esse frasquinho que tem na mão?
- Nada - exclamei, enfiando prontamente o frasco na algibeira. - Mas tenho que partir, tenho uma coisa importante para fazer.
- Mas que ar feroz o seu, Austin. Nunca lhe conheci uma cara assim. Está zangado? - Sim, estou zangado.
- Mas não comigo?
- Não, não, minha querida.