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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 11
Não é evidente que se o éter fosse afectado ao ponto que ele defende, e se fosse ofensivo para a saúde humana, o seu resultado seria já aparente em nós? - Aqui, riu-se com ruidoso triunfo do seu próprio argumento. - Sim, senhor, já estaríamos muito longe dos nossos eus normais, e ao invés de estarmos calmamente sentados a discutir problemas científicos num comboio devíamos estar a evidenciar sintomas concretos do veneno que estaria a minar-nos. Onde é que vemos algum sinal desta perturbação cósmica venenosa? Responda-me a isso, meu caro! Responda-me a isso! Vamos lá, vamos lá, sem desvios! Exijo-lhe uma resposta!

Eu sentia-me cada vez mais zangado. Havia algo muito irritante e agressivo no comportamento de Summerlee.

- Parece-me que se soubesse mais sobre os factos talvez a sua opinião fosse menos positiva - declarei eu.

Summerlee tirou o cachimbo da boca e fixou-me com um olhar gélido.

- Por favor, explique-me o que quer dizer com essa observação de certa forma impertinente?

- Quero dizer que, quando vinha a sair do jornal, o chefe de redacção disse-me que tinha chegado um telegrama a confirmar a doença generalizada dos nativos de Sumatra, e acrescentando que os faróis não tinham sido acesos no Estreito de Sunda.

- Francamente, devia haver limites para a loucura humana! - exclamou Summerlee, numa fúria evidente. - Será possível que não se dão conta de que o éter, se adoptarmos por um momento a absurda suposição de Challenger, é uma substância universal que é igual aqui e do outro lado do mundo? Supõem por um instante que existe um éter inglês e um éter da Sumatra? Talvez imaginem que o éter de Kent é de alguma forma superior ao éter do Surrey, através do qual este comboio nos leva neste preciso momento. Na verdade, não há limites para a credulidade e ignorância do leigo médio. É concebível que o éter em Sumatra seja tão mortífero que provoque insensibilidade total no preciso momento em que o éter aqui não teve qualquer efeito apreciável sobre nós? Pessoalmente, posso dizer com toda a verdade que nunca me senti mais forte de corpo nem mais equilibrado de mente em toda a minha vida.

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Capa do livro O Dia em que o Mundo Acabou
Páginas: 72
Página atual: 11

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 18
Capítulo 3 31
Capítulo 4 44
Capítulo 5 53
Capítulo 6 65