O Dia em que o Mundo Acabou - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 43 / 72

Que fotografia teria dado para o Gazette! Alguma vez um jornalista tivera tamanho furo e tão poucas hipóteses de o usar - a reportagem mais sensacional de sempre, e ninguém para apreciá-la? E depois, de repente, fui inundado pelo velho instinto de registar. Se aqueles cientistas podiam ser tão fiéis ao seu trabalho de uma vida inteira até ao fim, por que não poderia eu, à minha humilde maneira, ser tão constante como eles? Nenhum olho humano veria jamais o que eu tinha feito. Mas a longa noite tinha de ser passada de alguma forma, e para mim, pelo menos, o sono parecia estar fora de questão. As minhas notas ajudariam a passar as horas de cansaço e a ocupar os meus pensamentos. É por isso que tenho agora à minha frente o bloco de apontamentos com as suas páginas escrevinhadas, escritas de forma confusa sobre o joelho à luz fraca da nossa única lanterna eléctrica. Se eu tivesse um dom literário, poderiam estar à altura da situação. Mas podem mesmo assim servir para transmitir a outras mentes as fortes emoções e tremores daquela noite horrível.





Os capítulos deste livro