Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 6: Capítulo 6

Página 68

- Só pode ter sido o estado a que se chama catalepsia - disse Challenger. - Tem sido um fenómeno raro no passado e foi constantemente confundido com morte. Enquanto dura, a temperatura baixa, a respiração desaparece, os batimentos cardíacos não se conseguem sentir... de facto, é morte, com excepção de que é evanescente. Até mesmo a mente mais inteligente - aqui fechou os olhos e sorriu afectadamente - dificilmente poderia conceber um surto universal deste género.

- Pode rotular o acontecido como catalepsia - comentou Summerlee -, mas, afinal de contas, é apenas um nome, e sabemos tão pouco do resultado como sabemos do veneno que o provocou. O máximo que podemos dizer é que o éter produziu uma morte temporária.

Austin estava sentado, muito torto, no degrau do automóvel. Fora a sua tosse que eu tinha ouvido no primeiro andar.

Ele tinha estado a segurar na cabeça em silêncio, mas agora balbuciava para si e passava os olhos pelo automóvel.

- Jovem cabeça de melão! - resmungou. - Não posso deixar as coisas sozinhas!

- Que é que se passa, Austin?

- Os lubrificantes foram deixados a correr, senhor. Alguém andou a brincar com o automóvel. Presumo que foi aquele jovem jardineiro, senhor.

Lorde John exibiu uma expressão culpada.

- Não sei o que se passa comigo - continuou Austin, levantando-se a cambalear. - Deve ter-me acontecido alguma coisa extremamente esquisita quando estava a lavá-lo. Acho que me lembro de escorregar junto ao degrau. Mas juraria que nunca abri aquelas torneiras de lubrificação.

Numa narrativa condensada, o estupefacto Austin ficou a par do que tinha acontecido a si próprio e ao mundo. O mistério dos lubrificantes a pingar também lhe foi explicado. Ele escutou com um ar de profunda descrença quando soube que um amador tinha conduzido o seu automóvel, e com um interesse absorto as poucas frases em que foram registadas as nossas experiências no centro da cidade de Londres adormecida. Recordo-me do seu comentário quando a história foi concluída.

- O senhor esteve do lado de fora do Banco de Inglaterra, senhor?

- Sim, Austin...

- Com todos aqueles milhões lá dentro e toda a gente a dormir?

-Assim foi.

- E eu que não estava lá! - resmungou ele, e voltou uma vez mais, desanimado, para a lavagem do seu automóvel.

De repente, na gravilha ouviu-se o som de rodas. A velha carruagem de aluguer tinha parado à porta de Challenger.

<< Página Anterior

pág. 68 (Capítulo 6)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Dia em que o Mundo Acabou
Páginas: 72
Página atual: 68

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 18
Capítulo 3 31
Capítulo 4 44
Capítulo 5 53
Capítulo 6 65