O Sinal dos Quatro - Cap. 7: 7 - O Episódio do Barril Pág. 57 / 133

Avançou lentamente, com a vela na mão, por entre a estranha família de animais que ali reunira à sua volta.

Naquela luz bruxuleante, entre as sombras, vislumbrava olhos brilhantes a espreitar-nos de todos os cantos. Até nas vigas do tecto estavam aves solenes que mudavam de uma pata para a outra o suporte do seu peso quando as nossas vozes lhes interrompiam a sonolência.

Toby era um animal feio, de pêlo comprido e orelhas pendentes, sem raça definida, castanho e branco, com uma maneira de andar desajeitada, bamboleante. Aceitou, depois de certa hesitação, o torrão de açúcar que o velho naturalista me estendera, e, tendo nós deste modo celebrado um acordo, seguiu-me até à carruagem sem criar problemas pelo facto de me acompanhar. Tinham acabado de soar as três no relógio do palácio quando cheguei novamente a Pondicherry Lodge. Vim a saber que o ex-campeão de pugilismo McMurdo fora também preso, e tanto ele como o Sr. Sholto tinham sido levados para a esquadra. Dois polícias guardavam o estreito portão, mas deixaram-me entrar com o cão depois de eu mencionar o nome do detective.

Holmes estava no limiar da porta, com as mãos nos bolsos, a fumar o seu cachimbo.

- Ah, trouxe-o consigo! - exclamou. - Então, meu bom cão! Athelney Jones foi-se embora. Assistimos a um enorme dispêndio de energia desde que você saiu. Ele prendeu não só o nosso amigo Thaddeus, mas também o guarda-portão, a governanta e o criado indiano. Além do sargento lá em cima, agora estamos só nós em casa. Deixe aqui o cão e suba.

Prendemos Toby a uma mesa, no vestíbulo, e subimos as escadas. O quarto estava como o deixáramos, mas o cadáver fora coberto com um lençol. A um canto estava um sargento da polícia com ar cansado.





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