O Sinal dos Quatro - Cap. 8: 8 - O Bando de Baker Street Pág. 69 / 133

É isso que me intriga; sei que só levava carvão para chegar mais ou menos até Woolwich e voltar. Se tivesse ido na barca, eu não estranharia; muitas vezes o trabalho leva-o para longe, até Gravesend, e então, se houvesse muito que fazer, podia ter dormido lá. Mas uma lancha a vapor sem carvão não vai a lado nenhum.

Podia ter comprado algum noutro embarcadouro...

- Podia, sim senhor, mas não ia fazer isso. Ouviu-o muitas vezes protestar contra os preços que cobram por meia dúzia de sacos. Além disso, não gosto daquele homem com a perna de pau, mal-encarado e com uma maneira de falar esquisita. Não sei o que queria quando andava aqui sempre a bater à porta.

- Um homem com uma perna de pau? - inquiriu Holmes, mostrando-se surpreendido.

- Sim, senhor, um homem escuro com cara de poucos amigos que veio aqui à procura do meu homem mais que uma vez. Foi ele quem o acordou ontem de madrugada, e o meu homem sabia que ele vinha, porque tinha preparado a lancha. Digo-lhe sinceramente, senhor, estou assustada com isto.

- Mas, Sr.ª Smith - disse Holmes, encolhendo os ombros -, não tem motivo para se preocupar. Como sabe que foi o homem da perna de pau que veio ontem à noite? Não percebo como pode estar tão certa disso.

- A voz dele, senhor. Conheço bem aquela voz grossa e abafada. O homem bateu à janela... aí pelas três da manhã. «Levanta-te da cama, camarada», disse ele, «são horas de acordar.» O meu homem acordou Jim - é o meu mais velho - e lá foram sem dizer palavra. Pude ouvir o barulho que fazia a perna de pau a bater na pedra.

- E esse homem da perna de pau vinha sozinho?

- Isso não sei, senhor. Não ouvi mais ninguém.

- Bem, Sr.ª Smith, eu queria uma lancha a vapor e ouvi falar muito bem acerca da...





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