O Sinal dos Quatro - Cap. 8: 8 - O Bando de Baker Street Pág. 74 / 133

Uma dúzia de miúdos da rua, sujos e esfarrapados, irromperam na sala. Apesar da tumultosa entrada, mostraram haver alguma disciplina entre eles, pois alinharam-se instantaneamente e ficaram a olhar-nos com rostos expectantes. Um deles, mais alto e mais velho que os outros, avançou com um ar vadio de superioridade que era extremamente engraçado naquele maltrapilhozinho desenvergonhado.

- Recebi a sua mensagem, senhor - disse ele -, e trouxe-os logo para cá. Gastámos três xelins e meio nos bilhetes.

- Aqui os tens - retorquiu Holmes, entregando-lhes algumas moedas. - Daqui para o futuro eles passam a contactar só contigo, Wiggins, e tu comigo. Não quero que me invadam a casa desta maneira. No entanto, agora podem ouvir todos as instruções. Quero saber onde está uma lancha a vapor chamada Aurora, pertencente a Mordecai Smith, preta com duas riscas vermelhas e chaminé preta com uma faixa branca. Deve estar algures no rio. Quero que um rapaz fique no embarcadouro de Mordecai Smith, em frente de Millbank, para ver se o barco regressa. Dividam as tarefas entre vocês e procurem cuidadosamente em ambas as margens do rio. Quando tiverem notícias, digam-me. Perceberam tudo?

- Sim, chefe - respondeu Wiggins.

- O pagamento do costume e um guinéu para quem encontrar o barco. Aqui têm um dia de avanço. Agora, ponham-se a andar!

Entregou um xelim a cada um. Lá desceram eles a escada ruidosamente. Depois vi-os a correr pela rua abaixo.

- Mesmo que a lancha esteja debaixo de água eles hão-de encontrá-la - disse Holmes, levantando-se da mesa e acendendo o cachimbo. - Conseguem ir a todo o lado, ver tudo, escutar toda a gente. Espero que a encontrem antes de anoitecer. Entretanto nada podemos fazer senão aguardar os resultados.





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