LXXII - Instruído destas disposições pelos trânsfugas e pelos prisioneiros, César iniciou as fortificações seguintes: abriu um fosso de vinte pés de largo, tendo o cuidado de a largura do fundo ser igual à distância dos bordos; deixou entre este fosso e todas as outras fortificações uma distância de 'quatrocentos pés; procedia assim a fim de que os inimigos não pudessem de repente atacar durante a noite as nossas obras nem lançar durante o dia uma saraivada de dardos sobre as nossas tropas que tinham de prosseguir o seu trabalho (porque tendo sido obrigados a abarcar tão vasto espaço os nossos soldados não poderiam facilmente guarnecer toda a obra). No intervalo assim preparado, abriu dois fossos de quinze pés de largo, ambos com a mesma profundidade; o que era interior, cavado nas partes baixas da planície, foi cheio com água vinda do rio (188); atrás destes fossos, ergueu um aterro e uma paliçada de doze pés de altura. Ali acrescentou um parapeito e seteiras; e, na junção do aterro e da parede de protecção, uma paliçada de enormes peças de madeira em forquilha, para atrasar a escalada do inimigo. Flanqueou toda a obra com torres, colocadas a oitenta pés de distância umas das outras.