A Guerra das Gálias - Cap. 4: LIVRO II Pág. 65 / 307

conta, tinham preparado uma surpresa; acreditaram quê depois da sua rendição as nossas portas estariam desguarnecidas, ou pelo menos guardadas negligentemente; uns pegaram então nas armas que tinham guardadas e escondidas, outros em escudos de cortiça ou de vime entrançado, que tinham subitamente, porque o tempo urgia, guarnecido de peles; depois, à terceira vigília, fizeram de repente uma surtida com todas as suas forças do lado onde a subida para os nossos entrincheiramentos era menos rude. Depressa, seguindo as prescrições dadas, antecipadamente, por César, foi dado o alarme por fogos; acorreram de todos os fortes vizinhos; os inimigos lutando num lugar desvantajoso contra os nossos soldados que sobre eles atiravam frechas, do alto do entrincheiramento e das torres, bateram-se com encarniçamento de homens desesperados, que põem na sua coragem a suprema esperança de salvação. Foram mortos cerca de quatro mil; o restante foi repelido para a praça. No dia seguinte, foram arrombadas as portas, que já ninguém defendia; os nossos soldados entraram na cidade; César mandou pôr tudo em hasta pública num só lote. Soube pelos compradores que o número de cabeças era de cinquenta e três mil.

XXXIV - Ao mesmo tempo, César foi informado por Públio Crasso, que enviara com uma, legião (52) aos Vénetos, aos Unelos, aos Osismos, aos Coriosolitos, aos Esubianos, aos Aulercos, aos Rédones, povos marítimos nas costas do Oceano, que todos estes povos estavam sob o domínio e em poder do povo romano.

XXXV - Toda a Gália se encontrou pacificada por estas campanhas, e a fama que dela chegou aos Bárbaros foi tal que muitos dos povos (53) habitando para além do Reno enviaram deputados a César para lhe prometerem entregas de reféns e a submissão às suas ordens.





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