Os Maias - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 74 / 630

Fizera Carlos o seu primeiro exame! E que exame! Teixeira que tinha acompanhado os senhores de Santa Olávia correu à porta, abraçou-se quase chorando no menino, agora mais alto que ele, e muito formoso na sua batina nova.

Em cima no quarto, Manuel Vilaça, soprando ainda, limpando as bagas de suor, exclamava:

- Ficou tudo espantado, Sr. Afonso da Maia! Os lentes até estavam comovidos. Ih Jesus! que talento! Vem a ser um grande homem, é o que todo o mundo disse... E que faculdade vai ele seguir, meu senhor?

Afonso, que passeava, todo trémulo, respondeu com um sorriso:

- Não sei, Vilaça... Talvez nos formemos ambos em Direito.

Carlos assomou à porta, radiante, seguido do Teixeira e do outro escudeiro - que trazia champagne numa salva.

- Então venha cá, seu maroto, disse Afonso muito branco, com os braços abertos. Bom exame, hein?... Eu...

Mas não pôde prosseguir: as lágrimas, duas a duas, corriam-lhe pela barba branca.





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