O Sinal dos Quatro - Cap. 8: 8 - O Bando de Baker Street Pág. 68 / 133

Sobre ela estava escrito em grandes letras: «Mordecai Smith» e, por baixo, «Alugam-se barcos à hora ou ao dia». Uma segunda inscrição, por cima da porta, informava-nos da existência de uma lancha a vapor - o que era confirmado por uma grande pilha de carvão sobre o embarcadouro. Sherlock Holmes olhou em volta, lentamente, e o seu rosto adquiriu uma expressão agoirenta.

- Isto está mau - comentou. - Estes tipos são mais espertos do que eu pensava. Parece que não deixaram rasto. Suspeito que aqui tenha havido um estratagema qualquer combinado antecipadamente.

Aproximava-se da porta da casa quando esta se abriu.

Um rapazito de seis anos, com o cabelo encaracolado, saiu a correr, seguido por uma mulher forte e corada que trazia uma grande esponja na mão.

- Anda cá lavar-te, Jack - gritou a mulher. - Anda cá, meu diabrete! Se o teu pai volta para casa e te vê assim vamos ter de ouvi-lo.

- Ó querido rapazinho - disse Holmes, estrategicamente. - Mas que malandro de bochechas coradas! Bem, Jack, que queres que eu te dê?

O pequeno pensou durante um momento.

- Quero um xelim - respondeu.

- Não preferes outra coisa qualquer?

- Prefiro dois xelins - retorquiu o prodígio, depois de reflectir um pouco.

- Aqui os tens então! Toma! Que miúdo esperto, Sr.ª Smith!

- Valha-me Deus, senhor, ele é esperto e muito mais que isso. Dá-me cá um trabalho, principalmente quando o meu homem fica fora vários dias seguidos.

- Ele não está cá? - perguntou Holmes, desapontado.

- É pena, pois queria falar com o Sr. Smith.

- Está fora desde ontem de manhã, senhor, e, para dizer a verdade, já estou assustada por causa dele. Mas, se quer um barco, talvez eu possa tratar disso.

- Queria alugar a lancha a vapor.

- Ora valha-me Deus, foi mesmo na lancha a vapor que ele saiu.





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