O Sinal dos Quatro - Cap. 10: 10 - O Fim do Homem da Ilha Pág. 92 / 133

Imaginei o que faria se estivesse na mesma situação e descobri apenas uma maneira de o conseguir. Entregaria a lancha a um construtor ou reparador de barcos, mandando fazer qualquer reparação insignificante. Seria removida para um estaleiro, ficaria escondida e, ao mesmo tempo, disponível para quando fosse precisa.

- Parece bastante simples

- Precisamente estas coisas muito simples é que podem facilmente passar despercebidas. Decidi, porém, agir em conformidade com a ideia que tivera. Vesti aquela inofensiva roupa de marinheiro e procurei em todos os estaleiros pelo rio abaixo. Obtive respostas negativas em quinze, mas no décimo sexto, o estaleiro Jacobson, disseram-me que a Aurora lhes fora entregue dois dias antes por um homem com uma perna de pau, para que o leme fosse arranjado. «O leme não está avariado», disse o contramestre. «Ali está ela, com as riscas vermelhas.» Mas quem havia de aparecer nesse momento? Mordecai Smith, o dono da lancha desaparecido. Bebera de mais. Não o teria reconhecido, claro, mas ele disse o seu nome e o da lancha. «Quero-a hoje à noite às oito horas», disse ele, «às oito em ponto, não se esqueça, porque tenho dois cavalheiros que não gostam de esperar.» Era evidente que fora bem pago, pois estava cheio de dinheiro e fazia tilintar os xelins diante do homem. Segui-o durante algum tempo, mas acabou por se meter numa taberna. Voltei ao estaleiro e, tendo encontrado um dos meus rapazes no caminho, deixei-o a vigiar a lancha. Ficará à beira do rio e acenará com o lenço quando eles partirem. Nessa altura já teremos de estar a bordo e prontos para os seguir. Não acredito que não consigamos apanhar os homens e o tesouro.

- Você planeou tudo muito bem, sejam ou não eles os homens certos - disse Jones. - Mas se o caso estivesse nas minhas mãos, colocaria uma força policial no estaleiro e prendê-los-ia quando chegassem.





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