A Harpa do Crente - Cap. 5: DEUS Pág. 71 / 117

DEUS

Nas horas do silêncio, à meia-noite,

Eu louvarei o Eterno!

Ouçam-me a Terra, e os mares rugidores,

E os abismos do Inferno.

Pela amplidão dos Céus meus cantos soem,

E a Lua resplendente

Pare em seu giro, ao ressoar nest’harpa

O hino do Omnipotente.

Antes de tempo haver, quando o infinito

Media a eternidade,

E só do vácuo as solidões enchia

De Deus a imensidade,

Ele existia, em sua essência envolto,

E fora dele o nada:

No seio do Criador a vida do homem

Estava ainda guardada:

Ainda então do mundo os fundamentos

Na mente se escondiam

De Jeová, e os astros fulgurantes

Nos céus não se volviam.

Eis o Tempo, o Universo, o Movimento

Das mãos solta o Senhor:

Surge o Sol, banha a Terra, e desabrocha

Nesta a primeira flor:

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