- Amanhã ao meio-dia, naquele rancho de telha, que lá se avista do outro lado do rio entre dois baguaçus... está vendo?...
- Estou... já sei; amanhã ao meio-dia lá estarei.
- Pois bem!... vá dormir sobre o caso; boa-noite.
- Boa-noite.
Já ia escurecendo. Elias encaminhou-se vagarosamente para o seu rancho, onde foi, não dormir, mas velar sobre o caso.
Elias não teve muito que pensar pata tomar resolução definitiva. O inesperado da proposta e a ideia da distância que o ia separar de sua querida Lúcia o espantaram a princípio. Mas entre a possibilidade de uma fortuna e a situação desesperada em que se via na Bagagem, não havia que hesitar.
Quanto à distância, por ventura ali me a algumas léguas apenas da fazenda do Major, não estava ele tão separado dela, como se estivesse no fim do mundo? e porventura não o separava dela também um abismo pior que todas as distâncias, a pobreza? e não era esse abismo, que ia procurar encher e superar, indo para bem longe? amá-lo-ia mais, ser-lhe- ia ela mais fiel, estando ele perto? Tendo-se, pois, resolvido definitivamente, comunicou sua intenção e contou a ventura da tarde a seu velho camarada, que assentado ao pé do fogo aceso no meio do rancho, fumava tranquilamente o seu cachimbo.
- Então Vmcê vai-me deixar, patrão? - disse o velho, fitando em Elias olhos lastimosos.
- Como assim? pois tu não me acompanhas?
- Eu!.