Logo ao chegar à casa do negociante, veio-lhe ao encontro o seu arrieiro a pedir-lhe dinheiro para pagamento do milho e mais despesa da tropa.
Tirou da carteira uma nota de 20$000 e apresentou- a ao caixeiro da casa, pedindo-lhe que a trocasse por miúdos. O caixeiro, depois de examinar a nota por um instante, devolveu-a a Elias.
- Perdão, meu amo, disse-lhe o caixeiro, não lhe posso servir: esta nota é falsa.
Elias, enfiou. Não podendo ficar mais pálido do que estava, tornou-se verde.
- Falsa! repetiu com uma voz que lhe saía do coração, e mal passava pelos lábios.
- Falsa, sim senhor; se duvida chamemos o patrão.
Não foi preciso chamá-lo; ele vinha entrando nesse momento pela loja.
- Oh! bom- dia, amigo; como passou? levantou-se cedo! então, por onde andou? andou matando saudades? decerto ainda não almoçou? passou melhor do seu incómodo de ontem? O pobre moço naquele momento tinha talvez mais vontade de enforcar-se do que de responder àquela chusma de perguntas com que seu hóspede à queima-roupa o obsequiava.
- Já nada sofro; estou bom, respondeu Elias em tom breve. Apresentei esta nota a seu caixeiro para ma trocar, e disse-me ser falsa. Veja.
- Falsíssima! exclamou o negociante, depois de examinar a nota um momento. São notas falsas procedentes da Bahia. Há muito tempo o comércio está avisado, e o governo já tem expedido as mais terminantes ordens e tomado medidas enérgicas para descobrir os moedeiros falsos, e consta que as pesquisas feitas vão obtendo resultado.
- Bem! vou ver outra, interrompeu bruscamente Elias; e tirou da carteira uma nota de 50$000.