A Guerra das Gálias - Cap. 8: LIVRO VI Pág. 141 / 307

III - Assim, sem esperar pelo final do Inverno, reuniu as quatro legiões mais próximas (112) e inesperadamente partiu para o país dos Nérvios; antes que pudessem reunir ou fugir, apanhou-lhes grande número de homens e de animais, abandonou este saque aos soldados, devastou-lhes as terras e forçou-os à submissão e à entrega de reféns. Depois desta rápida expedição, reconduziu as legiões para os seus quartéis de Inverno. A partir do começo da Primavera, convoca, segundo o uso que instituíra, a assembleia da Gália; todos ali vieram, com excepção dos Sénones, dos Carnutes e dos Tréviros; encarou esta abstenção como o começo da guerra e da revolta e, para fazer ver que todo o restante é secundário, transporta a assembleia para Lutécia, cidade dos Parísios. Estes confinavam com os Sénones e tinham antigamente formado um só Estado com eles; porém pareciam ser estranhos ao conluio. César, do alto da sua colina, anuncia a sua decisão, parte no mesmo dia com as legiões para o país dos Sénones onde chega a grandes jornadas.

IV - À notícia da sua aproximação, Accon, que fora o instigador do conluio, ordena à multidão que se reúna em praças fortes; mas quando a tal se aplicava, e antes que a ordem pudesse ser executada, anuncia-se a chegada dos Romanos; forçados a renunciar ao projecto, enviam deputados a César para lhe implorarem; recorreram a intercessão dos Éduos, que havia muito tempo protegiam o seu Estado. César, à súplica dos Éduos, perdoa-lhes de boa vontade, e recebe as suas desculpas, não querendo perder num inquérito a estação de Verão própria para a guerra iminente. Exige, cem reféns cuja guarda confia aos Éduos. Os Carnutes enviam-lhe também para o país dos Sénones (113) deputados e reféns, mandam implorar o seu perdão pelos Remos dos quais eram clientes e obtêm a mesma resposta.





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