XXXVII - Enquanto estes acontecimentos decorriam diante de Gergóvia, o éduo Convictolitávis, que, como se viu, devia a sua magistratura a César, seduzido pelo dinheiro dos Arvernos, conferencia com alguns jovens, à cabeça dos quais estavam Litávico e seus irmãos adolescentes oriundos de uma: muito grande família. Partilha com eles o preço da sua traição e exorta-os a lembrarem-se que são livres e nascidos para comandar. «Só existe o Estado éduo, acrescenta ele, para atrasar a vitória certa da Gália; a sua autoridade retém os outros Estados; se mudarem de partido, os Romanos não poderão conservar-se na Gália. No que lhe toca, tem sem dúvida obrigações para com César, ainda que apesar de tudo não tenha obtido senão o que exigia a justiça do seu caso, mas prefere, a tudo a liberdade comum. Porque enfim por que razão tinham os Éduos de recorrer a César, para decidir dos seus direitos e das suas leis, e não os Romanos aos Éduos?» Logo os adolescentes, seduzidos pelo discurso do magistrado e pelo engodo do ganho, se declararam dispostos a porem-se à cabeça do movimento, e procuram um plano de acção, pois não se gabavam de poder levar tão facilmente o Estado dos Éduos para a guerra.