On the Serpentine,Oh my Caroline...
Oh!
Este oh! como ele o expelia, gemido, bem puxado, num movimento de batuque, expressivo e todavia digno... Isto entre rapazes e com os reposteiros fechados.
Nessa noite, porém, o marquês, que o conduzia pelo braço à sala do piano, exigia uma daquelas canções da Finlândia, de tanto sentimento e que lhe faziam tão bem à alma...
- Uma que tem umas palavrinhas de que eu gosto, frisk, gluzk... La ra lá, lá, lá!
- A Primavera, disse o diplomata sorrindo.
Mas antes de entrar na sala, o marquês soltou o braço de Steinbroken, fez um sinal ao Silveirinha para o fundo do corredor - e aí, sob um sombrio painel de Santa Magdalena no deserto penitenciando-se e mostrando nudezas ricas de ninfa lubrica, interpelou-o quase com aspereza:
- Vamos nós a saber. Então, decide-se ou não?
Era uma negociação que havia semanas se arrastava entre eles, a respeito de uma parelha de éguas. Silveirinha nutria o desejo de montar carruagem; e o marquês procurava vender-lhe umas éguas brancas, a que ele dizia «ter tomado enguiço, apesar de serem dois nobres animais». Pedia por elas um conto e quinhentos mil réis.