Os Maias - Cap. 11: Capítulo 11 Pág. 331 / 630

- Olha que tu, disse ele, parece-me que me vais saindo também um traste... Não há a gente fiar-se em ninguém!

- Tudo na terra, meu Dâmaso, é aparência e engano!

Seguiram dali à sala do bilhar fazer «a partida de reconciliação». E pouco a pouco, sob a influência que exercia sempre sobre ele o Ramalhete, Dâmaso foi sossegando, risonho já, gozando de novo a sua intimidade com Carlos no meio daquele luxo sério, e tratando-o outra vez por «menino». Perguntou pelo Sr. Afonso da Maia, quis saber se o belo marquês tinha aparecido. E o Ega, o grande Ega?...

- Recebi carta dele, disse Carlos. Vem aí, temo-lo talvez cá no sábado.

Foi um espanto para o Dâmaso.

- Homem! Essa é curiosa! E eu encontrei os Cohens, hoje!... Vieram há dois dias de Southampton... Jogo eu ?

Jogou, falhou a carambola.

- Pois é verdade, encontrei-os hoje, falei-lhes um instante... E a Rachel vem melhor, vem mais gorda... Trazia uma toilete inglesa com coisas brancas, coisas cor de rosa... Chic a valer, parecia um moranguinho! E então o Ega de volta?... Pois, menino, ainda temos escândalo!





Os capítulos deste livro