Empurrou a porta sem fecho do alpendre e atravessou o corredor deserto até à cozinha. O grupo dos seus irmãos e irmãs encontrava-se sentado em volta da mesa. O lanche tinha quase terminado e apenas a segunda dose de chá aguado permanecia no fundo dos pequenos boiões de vidro para compota que serviam de chávenas. As crostas e os pedaços de pão doce, acastanhados pelo chá que havia sido derramado sobre eles, encontravam-se espalhados sobre a mesa. Aqui e além havia pequenas poças de chá sobre a madeira, e uma faca com o cabo de marfim quebrado estava espetada no meio de uma empada já esvaziada.
A claridade azul-acinzentada, triste e calma, do dia que morria entrava pela janela e pela porta aberta, envolvendo o coração de Stephen e mitigando suavemente um súbito instinto de remorsos. Tudo o que lhes fora negado tinha-lhe sido livremente concedido a ele, o mais velho; mas a luz tranquila da tarde não lhe revelava, nos rostos deles, qualquer sinal de rancor.
Sentou-se junto deles, à mesa, e perguntou onde estavam os pais. Um deles respondeu:
- Foporampam propocupurarpar oupoutrapa capasapa. Outra mudança! Um rapaz chamado Fallon, do Belvedere, costumava perguntar-lhe, com um riso tolo, por que mudava tantas vezes de casa.