Orgulho e Preconceito - Cap. 43: Capítulo XLIII Pág. 267 / 414

Nenhum louvor é mais valioso do que o de um criado inteligente. A felicidade de muitas pessoas dependia dele como irmão, como proprietário e como patrão. Ele tinha o poder de dispensar o prazer e a dor, e a faculdade de praticar em

larga escala o bem e o mal. Tudo o que Mrs. Reynolds dissera a seu respeito tinha sido favorável. E, diante da tela em que o seu rosto fora retratado e cujos olhos pareciam fitá-la, Elizabeth pensou na admiração de Mr. Darcy por ela própria, com uma gratidão que jamais sentira. Recordou a força daquela afeição e suavizou as expressões com que ele a exteriorizara.

Depois de terem visto a casa toda, tornaram a descer as escadas, e ao se despedirem da caseira foram entregues aos cuidados do jardineiro, que os encontrou na porta do hall. Enquanto atravessavam o gramado em direção ao riacho, Elizabeth se voltou para tornar a ver a casa; sua tia também se detivera, e enquanto a primeira fazia conjeturas sobre a data em que fora construído o edifício o proprietário em pessoa surgiu de repente na estrada que conduzia às cocheiras, do outro lado da casa.

Estavam a cerca de vinte metros um do outro, e seu aparecimento fora tão repentino que era impossível a Elizabeth se esconder. Seus olhos se encontraram imediatamente. E ambos coraram de um modo intenso. Ele teve um sobressalto e por um momento a surpresa o paralisou; mas, voltando imediatamente a si, adiantou-se para o grupo e se dirigiu a Eliza-beth se não com absoluta calma, pelo menos com toda a amabilidade.

Elizabeth tinha se virado instintivamente, mas vendo-o aproximar-se deteve-se e recebeu os seus cumprimentos com um embaraço impossível de dominar. Se a sua aparência a princípio, ou a sua semelhança com o retrato que tinham acabado de examinar, já não tivessem demonstrado por si a Mr.





Os capítulos deste livro