O Retrato de Dorian Gray - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 114 / 335

Estava corado de excitação e prazer, e parecia extraordinariamente belo.

- Espero que seja sempre feliz, Dorian - disse Hallward - mas não lhe perdoo por me não ter falado dos seus projectos de casamento. Disse-o ao Henry...

- E eu não lhe perdoo por chegar tarde para jantar - atalhou Lord Henry. - Vamos, sentemo-nos e vejamos o que vale o novo chefe, e depois você nos contará como aconteceu tudo isso.

- Afinal não tem muito que contar - exclamou Dorian, ao sentarem-se à pequena mesa redonda. - O que aconteceu foi simplesmente o seguinte: depois de o ter deixado, Henry, ontem à tarde, vesti-me, jantei naquele restaurantezinho italiano na Rua Rupert, onde você me apresentou, e, às oito horas, fui ao teatro. A Sibyl estava a representar o papel de Rosalinda. O cenário, claro está, era medonho, e o Orlando absurdo. Mas Sibyl!... Vocês haviam de a ver! Quando apareceu, vestida de rapaz, era uma verdadeira maravilha. Trazia um gibão de veludo cor de musgo com mangas cor de canela, calção castanho claro, um gracioso barretinho verde com uma pena de falcão presa por uma jóia e uma capa com capuz forrado a vermelho escuro. Nunca me parecera mais deliciosa. Tinha toda a graça delicada daquele Tanagra que você tem no seu atelier, Basil.





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