Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: Capítulo 17

Página 279

Começava a cair uma chuva fria, e os candeeiros bruxuleantes zebravam o nevoeiro de clarões fantásticos. Estavam a fechar as tabernas, a cujas portas se aglomeravam vagos grupos de homens e mulheres. Dalgumas irrompiam gargalhadas horríveis, noutras ébrios berravam e vociferavam.

Recostado no hansom, com o chapéu derrubado sobre a testa, Dorian Gray observava com olhos indiferentes a sórdida vergonha da grande cidade, e, de vez em quando, repetia de si para si as palavras que Lord Henry lhe dissera no primeiro dia em que se encontraram: «Curar a alma por meio dos sentidos, e os sentidos por meio da alma. Sim, era esse o segredo. Muitas vezes o experimentara já, e de novo o ia agora experimentar. Havia antros de ópio, onde se podia comprar o esquecimento, antros de horror onde, pela loucura de pecados novos, se podia apagar a recordação dos pecados velhos.

No céu a lua, muito baixa, parecia uma caveira amarela. De quando em quando, uma enorme nuvem deformava-se, estirava-se e escondia-a. Os candeeiros iam rareando e as ruas eram agora mais estreitas e soturnas.

Uma vez o cocheiro enganou-se no caminho e teve de retroceder meia milha. O cavalo fumegava. As vidraças do carro estavam embaciadas duma névoa pardacenta.

<< Página Anterior

pág. 279 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 279

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313