O Retrato de Dorian Gray - Cap. 15: Capítulo 15 Pág. 262 / 335

Diga-lhe até que não quero brancas. Está um dia delicioso, Francis, e Richmond é um sítio muito lindo, senão não o maçaria com esse recado.

- Não maça nada, Sr. Gray. A que horas devo estar de volta?

Dorian olhou para Campbell.

- Quanto tempo durará a sua experiencia, Alan? - perguntou, em voz calma e indiferente. A presença duma terceira pessoa parecia infundir-lhe uma coragem extraordinária.

Campbell franziu as sobrancelhas e mordeu os lábios. - Umas cinco horas - respondeu.

- Então bastará voltar às sete e meia, Francis. Ou espere: deixe tudo preparado para eu me vestir. Disponha da noite como lhe aprouver. Não janto em casa, por isso não preciso de si.

- Obrigado, Sr. Gray - disse o homem, retirando-se.

- Agora, Alan, não há um momento a perder. Que pesada é esta caixa! Eu levo-lha. Traga você as outras coisas.

Falava apressadamente e dum modo autoritário. Campbell sentia-se dominado por ele. Saíram juntos da sala.

Ao chegarem ao último patamar, Dorian tirou do bolso a chave e meteu-a na fechadura. Então parou e os olhos turvaram-se-lhe. Estremeceu.

- Parece-me que não posso entrar, Alan - murmurou.





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