O Retrato de Dorian Gray - Cap. 4: Capítulo 4 Pág. 49 / 335

Só as pessoas que pagam as suas contas é que precisam de dinheiro, tio George, e eu nunca pago as minhas. O crédito é o capital de um filho mais novo, e vive-se lindamente dele. Além disso, trato sempre com os fornecedores do Dartmoor, e, por conseguinte, nunca me maçam. O que eu quero hoje são informações; não informações úteis, é claro; informações inúteis.

- Bem, posso dizer-te tudo o que está num Livro Azul inglês, Henry, apesar das tolices que neles hoje se escrevem. Quando eu andava na vida diplomática, as coisas corriam muito melhor. Mas disseram-me que os admitem agora por exame. Que se pode esperar? Os exames são sempre uma verdadeira burla, do princípio ao fim. Se um homem é um gentleman, sabe sempre bastante, e, se não é, tudo o que sabe é mau para ele.

- O Sr. Dorian Gray não pertence aos livros azuis, tio George - disse Lord Henry, languidamente.

- O Sr. Dorian Gray? Quem é? - perguntou Lord Fermor, franzindo as espessas sobrancelhas.

- É o que vinha saber, tio George. Ou antes, eu sei quem ele é. É o último neto de Lord Kelso. Sua mãe era da família Devereux, Lady Margaret Devereux. Desejo que me diga alguma coisa acerca da mãe. Como era ela? Com quem casou? O tio conheceu quase toda a gente do seu tempo, por isso talvez a tenha conhecido. Interesso-me muito pelo Sr. Dorian Gray. Fui-lhe apresentado há pouco...





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