Contos de Mistério - Cap. 8: O ESPELHO DE PRATA
(The silver mirror) Pág. 162 / 167

O jovem alto é o esposo da rainha, Darnley. Quanto a Rizzio envergava, diz a crónica, um roupão de damasco acolchoado e calções de veludo arruivado. Agarrado com uma das mãos ao vestido de Maria, segurava na outra uma adaga. Enfim, o seu indivíduo com ar feroz e olhos encovados, é Ruthven, que recuperava de uma doença. Todos os pormenores concordam.

- Mas - perguntei atarantado -, o que foi que me designou a mim em especial, entre todos os homens, para receber a visão?

- O facto de, para recebê-la, estar nas condições mentais requeridas, e de um acaso ter posto na sua posse o espelho que devia proporcionar-lha.

- O espelho? Julga, então, que era o espelho de Maria e que se encontrava no quarto na tura o assassino:

- Tenho essa convicção. Maria Stuart tinha sido rainha de França. Devia ter os seus objectos pessoais marcados com as armas reais. O que o senhor tomou por três ferros de lança eram, na realidade, os lírios da França.

- E a inscrição?

- "Sane. X. Pal."? Pode explicá-Ia por "Saneie Crucis

Palatium". Alguém notou a proveniência do espelho. Pertencia ao palácio de Santa-Cruz.

- Holyroodl . - exclamei.

- Precisamente. O seu espelho pertencia a Holyrood.

O senhor acaba de ter um acidente de uma natureza muito singular. Sai dele sem danos. Espero que não se meta em condições de provocar-lhe o regresso.





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