O Sinal dos Quatro - Cap. 11: 11 - O Grande Tesouro de Agra Pág. 100 / 133

A verdade é que eu pensava que não ia encontrar ninguém no quarto. Conhecia bem os hábitos da casa, e o Sr. Sholto costumava jantar àquela hora. Não vou fazer segredo disto. A melhor defesa para mim é contar a verdade. Mas digo-lhe, se tivesse sido o velho major, iria para a forca sem me pesar a consciência. Hesitaria tanto esfaqueá-lo como fumar este charuto. Agora não há direito que seja condenado por causa deste jovem Sholto com quem nunca tive qualquer disputa.

- Você está sob a responsabilidade do Sr. Athelney Jones, da Scotland Yard. Ele vai levá-lo a minha.casa, e peço-lhe que me conte a história verdadeira acerca deste caso. Deve confessar tudo, pois, se o fizer, espero vir a ser-lhe útil. Posso provar que o veneno actua tão rapidamente que o homem já estava morto quando você chegou ao quarto.

- Estava morto, sim senhor. Nunca me senti tão aflito em toda a minha vida como ao vê-lo a rir para mim, com a cabeça caída para o lado, quando entrei pela janela. Sinceramente que me chocou. Quase que matava Tonga se ele não tivesse fugido. Foi assim que deixou lá o pau e também alguns dardos, como depois me disse. Acho que isso ajudou o senhor a descobrir a nossa pista; embora não saiba como conseguiu apanhar-nos. Não lhe tenho rancor. Mas é uma coisa estranha - acrescentou com um sorriso amargo que eu, com direito a meio milhão de libras, tenha passado metade da vida a construir um quebra-mar em Andamão e esteja agora para passar a outra metade a fazer esgotos em Dartmoor. Foi maldito o dia em que pela primeira vez vi o mercador Achmet e me meti nisso do tesouro de Agra, que nunca trouxe senão desgraça a quem o possuiu. A ele trouxe-lhe a morte, ao major Sholto medo e remorso, a mim escravidão para toda a vida.





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