Imediatamente a seguir ouvimo-lo exclamar alegremente que encontrara o alçapão.
- Conseguiu encontrar qualquer coisa - observou Holmes, encolhendo os ombros. - Tem ocasionais lampejos de inteligência. Il ny a pas des sois si incommodes que ceux qui ont de l’esprit! (Os tolos mais incómodos são os espertos.)
- Vê! - disse Athelney Jones quando reapareceu, descendo as escadas -, apesar de tudo, os factos valem mais que as teorias. A minha ideia sobre o caso está confirmada. Há um alçapão que comunica com o telhado e está parcialmente aberto.
- Fui eu que o abri.
- Ai sim! Já o tinha visto, então? - Parecia um pouco desanimado com a descoberta. - Bem, não interessa quem o encontrou, mas sim que foi por ali que o nosso homem escapou. Inspector!
- Sim, senhor - ouviu-se dizer do corredor.
- Peça ao Sr. Sholto para entrar; Sr. Sholto, é meu dever informá-lo que tudo o que disser pode ser usado contra si. Tenho de o prender por estar envolvido na morte do seu irmão.
- Ora esta! Eu não lhes disse!? - exclamou o pobre homenzinho, abrindo os braços e olhando sucessivamente para cada um de nós.
- Não se preocupe, Sr. Sholto - disse Holmes. - Creio que posso ilibá-lo da acusação.
- Não prometa de mais, Sr. Teórico! Não prometa de mais! - retorquiu o detective com brusquidão. - Pode ser que o caso seja mais difícil do que pensa.
- Não só o ilibarei, Sr. Jones, como lhe darei a si o nome e a descrição de uma das duas pessoas que estiveram neste quarto ontem à noite. O nome, tenho razões para afirmá-lo, é Jonathan Small. Trata-se de um homem pouco instruído, baixo, enérgico, sem a perna direita e com uma perna de pau já gasta do lado de dentro. A bota esquerda tem uma sola grossa com a biqueira quadrada e um protector metálico no salto.