O Sinal dos Quatro - Cap. 7: 7 - O Episódio do Barril Pág. 56 / 133

Qualquer pessoa menos singularmente dotada que o meu companheiro decerto que desesperaria na busca de pistas.

Pinchin Lane era um arruamento de casas de tijolo com dois andares, na parte baixa de Lambeth. Tive de bater durante bastante tempo no n.º 3 até ser ouvido. Por fim, vi o tremeluzir de uma vela atrás da preciana, e um rosto espreitou pela janela de cima.

- Vá embora, seu bêbedo vadio - disse o homem. - Se continua a fazer barulho, abro o canil e largo quarenta e três cães atrás de si.

- Deixe sair só um, pois foi por isso que cá vim retorqui.

- Vá embora! - gritou ele. - Tenho um cacete aqui neste saco e leva com ele na cabeça se não se põe a andar!

- Mas eu vim buscar um cão - insisti.

- Não quero discutir consigo! - gritou novamente o Sr. Sherman. - Agora desapareça; vou contar até três e depois lá vai o cacete.

- O Sr. Sherlock Holmes... - comecei por dizer; mas estas palavras tiveram um efeito mágico, pois a janela fechou-se imediatamente e, passado um minuto, a porta abriu-se. O Sr. Sherman era um velhote alto e magro, com as costas curvadas, o pescoço enrugado e uns óculos azulados.

- Um amigo de Sherlock Holmes é sempre bem-vindo - afirmou o velhote. - Entre, senhor. Não se aproxime do texugo, que ele morde. Ah, malvado, eras capaz de morder neste senhor? - falava agora para um arminho de focinho pontiagudo que espreitava com os seus olhos vermelhos por entre as grades da gaiola. - Essa não faz mal, senhor; é uma anguinha. Não tem dentes, por isso deixo-a andar à solta para afugentar as baratas. Desculpe ter-lhe respondido mal há bocado, mas é que os rapazes costumam meter-se comigo e às vezes vêm cá para me acordar. Que queria o Sr. Sherlock Holmes?

- Um dos seus cães.

- Ah!, deve ser o Toby.

- Sim, é o Toby.

- Está no n.º 7, aqui à esquerda.





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