O Sinal dos Quatro - Cap. 7: 7 - O Episódio do Barril Pág. 63 / 133

Para que o segredo acerca do tesouro não morresse com ele, dirige-se precipitadamente para a casa, consegue ultrapassar os guardas e chega à janela do homem moribundo. A única coisa que o impede de entrar é a presença dos dois filhos. Nessa mesma noite, porém, desvairado com o ódio que nutria pelo homem morto, entra no quarto e revista-o, esperando descobrir, entre os seus documentos pessoais, qualquer indicação relacionada com o tesouro. Depois deixa um sinal da sua visita: a breve frase escrita sobre o papel. Sem dúvida que planeara isso antecipadamente. Se tivesse morto o major, deixaria qualquer sinal sobre o corpo, indicando não se tratar de um assassínio comum mas de um acto de justiça, segundo o ponto de vista dos quatro cúmplices. Este tipo de conceitos bizarros são bastante comuns nos anais do crime e fornecem normalmente indicações valiosas sobre o criminoso. Está a seguir tudo isto?

- Perfeitamente.

- Que podia agora fazer Jonathan Small? Apenas continuar a vigiar secretamente as tentativas feitas para encontrar o tesouro. É possível que tenha saído de Inglaterra, voltando de tempos a tempos. Depois surge a descoberta do sotão, sendo ele imediatamente informado do facto. Continuamos a detectar a presença de um cúmplice dentro de casa. Jonathan, com a sua perna de pau, é absolutamente incapaz de subir até ao quarto de Bartholomew Sholto. Traz consigo, porém, um cúmplice bastante curioso que ultrapassa essa dificuldade, mas que põe o pé descalço sobre o creosote. Daí a presença de Toby e esta viagem de dez quilómetros a coxear feita por um oficial inactivo com o tendão de Aquiles ferido.

- Mas foi o cúmplice, e não Jonathan, quem cometeu o crime.

- Exactamente. E contra a vontade de Jonathan, a julgar pelas marcas que deixou à volta do corpo quando esteve no quarto.





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