O Sinal dos Quatro - Cap. 7: 7 - O Episódio do Barril Pág. 62 / 133

O mapa data da altura em que Morstan exercia as suas funções junto de condenados. Jonathan Small não foi buscar o tesouro porque, tanto ele como os seus sócios, eram condenados e não podiam sair da prisão.

- Mas trata-se de mera especulação... - comentei.

- É mais do que isso. É a única hipótese que condiz com os factos. Vejamos a sequência dos acontecimentos. O major Sholto fica tranquilo durante alguns anos, satisfeito com a posse do seu tesouro. Depois recebe uma carta da Índia que o aterroriza. Que carta seria?

- Uma carta a dizer que o homem que ele tinha enganado fora libertado.

- Ou se evadira, o que é mais verosímil, pois Sholto devia conhecer a duração da pena. De outro modo não ficaria surpreendido. E que faz ele então? Tenta proteger-se do homem da perna de pau, um homem branco, repare, pois chegou a confundi-lo com um comerciante branco sobre o qual disparou um tiro de pistola. Mas no mapa só há um nome de homem branco. Os outros são hindus ou maometanos. Não há mais nenhum homem branco. Podemos, assim, afirmar com segurança que o homem da perna de pau é Jonathan Small. Acha o meu raciocínio incorrecto?

- Não. É claro e conciso.

- Bem, vamos agora pôr-nos no lugar de Jonathan Small. Consideremos o seu ponto de vista. Ao regressar a Inglaterra pretende recuperar aquilo a que julga ter direito e vingar-se do homem que o enganara. Descobriu onde Sholto morava e muito provavelmente entrou em contacto com alguém da casa. Há um mordomo, Lal Rao, que não chegámos a ver. A Sr.ª Bernstone não lhe atribui muito bom carácter. Small não conseguiu descobrir, contudo, onde estava escondido o tesouro, pois ninguém o sabia a não ser o major e um criado leal que falecera. Um dia, Small vem a saber que o major está a morrer.





Os capítulos deste livro