- Isto está mau - comentou. - Estes tipos são mais espertos do que eu pensava. Parece que não deixaram rasto. Suspeito que aqui tenha havido um estratagema qualquer combinado antecipadamente.
Aproximava-se da porta da casa quando esta se abriu.
Um rapazito de seis anos, com o cabelo encaracolado, saiu a correr, seguido por uma mulher forte e corada que trazia uma grande esponja na mão.
- Anda cá lavar-te, Jack - gritou a mulher. - Anda cá, meu diabrete! Se o teu pai volta para casa e te vê assim vamos ter de ouvi-lo.
- Ó querido rapazinho - disse Holmes, estrategicamente. - Mas que malandro de bochechas coradas! Bem, Jack, que queres que eu te dê?
O pequeno pensou durante um momento.
- Quero um xelim - respondeu.
- Não preferes outra coisa qualquer?
- Prefiro dois xelins - retorquiu o prodígio, depois de reflectir um pouco.
- Aqui os tens então! Toma! Que miúdo esperto, Sr.ª Smith!
- Valha-me Deus, senhor, ele é esperto e muito mais que isso. Dá-me cá um trabalho, principalmente quando o meu homem fica fora vários dias seguidos.
- Ele não está cá? - perguntou Holmes, desapontado.
- É pena, pois queria falar com o Sr. Smith.
- Está fora desde ontem de manhã, senhor, e, para dizer a verdade, já estou assustada por causa dele. Mas, se quer um barco, talvez eu possa tratar disso.
- Queria alugar a lancha a vapor.
- Ora valha-me Deus, foi mesmo na lancha a vapor que ele saiu.