O Sinal dos Quatro - Cap. 11: 11 - O Grande Tesouro de Agra Pág. 99 / 133

Capítulo XI - O Grande Tesouro de Agra

O nosso Prisioneiro sentou-se na cabina - em frente do cofre de ferro pelo qual tanto fizera e esperara antes de conseguir obtê-lo. Era um tipo de olhar arrogante, tostado pelo sol, com um rosto cor de mogno coberto de rugas, que revelava uma vida dura passada ao ar livre. O queixo proeminente, sob a barba, era sinal de um homem persistente nos seus propósitos. Devia ter cerca de cinquenta anos, pois o cabelo preto e encaracolado estava coberto de cãs. O rosto, quando sereno, não era desagradável, embora as espessas sobrancelhas e o queixo agressivo lhe dessem, como depois constatei, uma expressão terrível quando, irado. Estava agora com as mãos algemadas sobre o colo, cabisbaixo, fitando de olhos penetrantes e a piscar o cofre que fora a causa das suas más acções. Pareceu-me haver mais pena que raiva na sua atitude rígida e contida. Chegou a lançar-me um olhar em que notei um certo ar de humor.

- Bem Jonathan Small - disse Holmes, acendendo um charuto -, lamento que isto tenha acabado assim.

- Também eu, senhor - respondeu o outro. - Mas acho que não mereço a forca. Dou-lhe a minha palavra que nunca levantei um dedo contra o Sr. Sholto. Foi aquele anão dos diabos, Tonga, que lhe atirou um dos seus malditos dardos. Não tive culpa. Fiquei tão desgostoso como se ele fosse da minha família. Espanquei aquele demónio com uma corda por causa disso, mas a coisa estava feita, e eu não podia desfazê-la.

- Fume um charuto - disse Holmes. - E é melhor beber um golo da minha garrafa, pois está todo encharcado. Sendo esse seu amigo preto um homem tão pequeno e com pouca força, como esperava que ele dominasse o Sr. Sholto enquanto você subia pela corda?

- Parece que o senhor sabe tanto sobre o assunto como se tivesse estado lá.





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