A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 10 / 117

o que foi fraco, o pobre

E o opulento, o orgulhoso e o humilde,

O bom e o mau, o ignorante e o sábio,

Quantos, enfim, depositar vieram

Junto do altar o que era seu no mundo,

Um corpo nu, e corrompido e inerte.

X

E seguia a visão. Cria ainda achar-me,

Alta noite, na igreja solitária

Entre os mortos, que, erectos sobre as campas,

Eram há pouco um fumo que ondeava

Pelas fisgas do vasto pavimento.

Olhei. Do erguido tecto o pano espesso

Rareava; rareava-me ante os olhos,

Como ténue cendal; mais ténue ainda,

Como o vapor de Outono em quarto d’alva,

Que se libra no espaço antes que desça

A consolar as plantas conglobado

Em matutino orvalho. O firmamento

Era profundo e amplo. Envolto em glória,

Sobre vagas de nuvens, rodeado

Das legiões do Céu, o Ancião dos dias

O Santo, o Deus descia.





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