A Harpa do Crente - Cap. 10: A CRUZ MUTILADA Pág. 111 / 117

Ao perpassar do veterano, os velhos

A mão que os protegeu apertam gratos;

Com amorosa timidez os moços

Saúdam-no qual pai. Nas largas noites

Da gelada estação, sobre a lareira

Nunca lhe falta o cepo incendiado;

Sobre a mesa frugal nunca, no estio,

Refrigerante pomo. Assim do velho

Pelejador os derradeiros dias

Derivam para o túmulo suaves,

Rodeados de afecto, e quando à terra

A mão do tempo gastador o guia,

Sobre a lousa a saudade ainda lhe esparze

Flores, lágrimas, bênçãos, que consolem

Do defensor do fraco as cinzas frias.

Pobre cruz! Pelejaste mil combates,

Os gigantes combates dos tiranos,

E venceste. No solo libertado,

Que pediste? Um retiro no deserto,

Um píncaro granítico, açoutado

Pelas asas do vento e enegrecido

Por chuvas e por sóis.





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