Pelos ecos do templo os sons dos salmos,
Que em dia de aflição ignoto vate
Teceu, banhado em dor. Talvez foi ele
O primeiro cantor que em várias cordas,
À sombra das palmeiras da Idumeia,
Soube entoar melodioso um hino.
Deus inspirava então os trovadores
Do seu povo querido, e a Palestina,
Rica dos meigos dons da natureza,
Tinha o ceptro, também, do entusiasmo.
Virgem o génio ainda, o estro puro
Louvava Deus somente, à luz da aurora,
E ao esconder-se o Sol entre as montanhas
De Bethoron. Agora o génio é morto
Para o Senhor, e os cantos dissolutos
De lodoso folguedo os ares rompem,
Ou sussurram por paços de tiranos,
Asselados de pútrida lisonja,
Por preço vil, como o cantor que os tece.
XVIII
O SALMO
Quando é grande o meu Deus!.