Quando a igreja
Rodeiam trevas, solidão e medos,
Que a resguardam coas asas acurvadas
Da vista do que vive, a mão do Eterno
Separa o joio do bom grão e arroja
Para os abismos a ruim semente.
XVI
Não! — não foi sonho vão, vago delírio
De imaginar ardente. Eu fui levado,
Galgando além do tempo, às tardas horas,
Em que se passam cenas de mistério,
Para dizer: «Tremei! Do altar à sombra
Também há mau dormir de sono extremo!»
Vejo ainda o que vi: da sepultura
Ainda o hálito frio me enregela
O suor do pavor na fronte; o sangue
Hesita imoto nas inertes veias;
E embora os lábios murmurar não ousem,
Ainda, incessante, me repete na alma
Íntima voz: «Tremei! Do altar à sombra
Também há mau dormir de sono extremo!»
XVII
Mas troa a voz do monge, e, enfim, desperto
O coração bateu.