A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 4 / 117

há nos céus esperançoso e belo,

Quanto há no abismo tenebroso e triste,

Quanto há nos mares majestoso e vago,

Hoje te invoco! — oh, vem! —, lança em minha alma

A harmonia celeste e o fogo e o génio,

Que dêem vida e vigor a um carme pio.

VI

A noite escura desce: o Sol de todo

Nos mares se atufou. A luz dos mortos,

Dos brandões o clarão, fulgura ao longe

No cruzeiro somente e em volta da ara:

E pelas naves começou ruído

De compassado andar. Fiéis acodem

À morada de Deus, a ouvir queixumes

Do vate de Sião. Em breve os monges,

Suspirosas canções aos Céus erguendo,

Sua voz unirão à voz desse órgão,

E os sons e os ecos reboarão no templo.

Mudo o coro depois, neste recinto

Dentro em bem pouco reinará silêncio,

O silêncio dos túmulos, e as trevas

Cobrirão por esta área a luz escassa

Despedida das lâmpadas, que pendem

Ante os altares, bruxuleando frouxas.





Os capítulos deste livro