A Harpa do Crente - Cap. 3: A ARRÁBIDA Pág. 42 / 117

da vida sonda livre

O coração, que busca ir abrigar-se

No futuro, e debaixo do amplo manto

Da piedade de Deus: aqui serena

Vem a imagem da campa, como a imagem

Da pátria ao desterrado; aqui, solene,

Brada a montanha, memorando a morte.

Essas penhas, que, lá no alto das serras

Nuas, crestadas, solitárias dormem,

Parecem imitar da sepultura

O aspecto melancólico e o repouso

Tão desejado do que em Deus confia.

Bem semelhante à paz, que se há sentado

Por séculos, ali, nas cordilheiras

É o silêncio do adro, onde reúnem

Os ciprestes e a Cruz, o Céu e a Terra.

Como tu vens cercado de esperança,

Para o inocente, ó plácido sepulcro!

Junto das tuas bordas pavorosas

O perverso recua horrorizado:

Após si volve os olhos; na existência

Deserto árido só descobre ao longe,

Onde a virtude não deixou um trilho.





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