Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 3: A ARRÁBIDA

Página 43

Mas o justo, chegando à meta extrema,

Que separa de nós a eternidade,

Transpõe-na sem temor, e em Deus exulta.

O infeliz e o feliz lá dormem ambos,

Tranquilamente: e o trovador mesquinho,

Que peregrino vagueou na Terra,

Sem encontrar um coração ardente

Que o entendesse, a pátria de seus sonhos,

Ignota, por lá busca; e quando as eras

Vierem junto às cinzas colocar-lhe

Tardios louros, que escondera a inveja,

Ele não erguerá a mão mirrada,

Para os cingir na regelada fronte.

Justiça, glória, amor, saudade, tudo,

Ao pé da sepultura, é som perdido

De harpa eólia esquecida em brenha ou selva:

O despertar um pai, que saboreia

Entre os braços da morte o extremo sono,

Já não é dado ao filial suspiro;

Em vão o amante, ali, da amada sua

De rosas sobre a c’roa debruçado,

Rega de amargo pranto as murchas flores

E a fria pedra: a pedra é sempre fria,

E para sempre as flores se murcharam.

<< Página Anterior

pág. 43 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 43

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106