A Harpa do Crente - Cap. 3: A ARRÁBIDA Pág. 45 / 117

Céu livre, Terra livre, e livre a mente,

Paz íntima, e saudade, mas saudade

Que não dói, que não mirra, e que consola,

São as riquezas do ermo, onde sorriem

Das procelas do mundo os que o deixaram.

XII

Ali naquela encosta, ontem de noite,

Alvejava por entre os medronheiros

Do solitário a habitação tranquila:

E eu vagueei por lá. Patente estava

O pobre alvergue do eremita humilde,

Onde jazia o filho da esperança

Sob as asas de Deus, à luz dos astros,

Em leito, duro sim, não de remorsos.

Oh, com quanto sossego o bom do velho

Dormia! A leve aragem lhe ondeava

As raras cãs na fronte, onde se lia

A bela história de passados anos.

De alto choupo através passava um raio

Da Lua — astro de paz, astro que chama

Os olhos para o céu, e a Deus a mente





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