Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 3: A ARRÁBIDA

Página 44

XI

Belo ermo!, eu hei-de amar-te enquanto esta alma,

Aspirando o futuro além da vida

E um hálito dos Céus, gemer atada

À coluna do exílio, a que se chama

Em língua vil e mentirosa o mundo.

Eu hei-de amar-te, ó vale, como um filho

Dos sonhos meus. A imagem do deserto

Guardá-la-ei no coração, bem junto

Com minha fé, meu único tesouro.

Qual pomposo jardim de verme ilustre,

Chamado rei ou nobre, há-de contigo

Comparar-se, ó deserto? Aqui não cresce

Em vaso de alabastro a flor cativa,

Ou árvore educada por mão de homem,

Que lhe diga: «És escrava», e erga um ferro

E lhe decepe os troncos. Como é livre

A vaga do oceano, é livre no ermo

A bonina rasteira ou freixo altivo!

Não lhes diz: «Nasce aqui, ou lá não cresças»

Humana voz. Se baqueou o freixo,

Deus o mandou: se a flor pendida murcha,

É que o rocio não desceu de noite,

E da vida o Senhor lhe nega a vida.

<< Página Anterior

pág. 44 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 44

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106