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Capítulo 3: A ARRÁBIDA

Página 46

E em luz pálida as faces lhe banhava:

E talvez neste raio o Pai celeste

Da pátria eterna lhe enviava a imagem,

Que o sorriso dos lábios lhe fugia,

Como se um sonho de ventura e glória

Na Terra de antemão o consolasse.

E eu comparei o solitário obscuro

Ao inquieto filho das cidades:

Comparei o deserto silencioso

Ao perpétuo ruído que sussurra

Pelos palácios do abastado e nobre,

Pelos paços dos reis; e condoí-me

Do cortesão soberbo, que só cura

De honras, haveres, glória, que se compram

Com maldições e perenal remorso.

Glória! A sua qual é? Pelas campinas,

Cobertas de cadáveres, regadas

De negro sangue, ele segou seus louros;

Louros que vão cingir-lhe a fronte altiva

Ao som do choro da viúva e do órfão;

Ou, dos sustos senhor, em seu delírio

Os homens, seu irmãos, flagela e oprime.

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pág. 46 (Capítulo 3)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 46

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106