A Harpa do Crente - Cap. 3: A ARRÁBIDA Pág. 47 / 117

Lá o filho do pó se julga um nume,

Porque a Terra o adorou; o desgraçado

Pensa, talvez, que o verme dos sepulcros

Nunca se há-de chegar para tragá-lo

Ao banquete da morte, imaginando

Que uma lájea de mármore, que esconde

O cadáver do grande, é mais durável

Do que esse chão sem inscrição, sem nome,

Por onde o opresso, o mísero, procura

O repouso, e se atira aos pés do trono

Do Omnipotente, a demandar justiça

Contra os fortes do mundo, os seus tiranos.

XIII

Ó cidade, cidade, que trasbordas

De vícios, de paixões e de amarguras!

Tu lá estás, na tua pompa envolta,

Soberba prostituta, alardeando

Os teatros, e os paços, e o ruído

Das carroças dos nobres recamadas

De ouro e prata, e os prazeres de uma vida

Tempestuosa, e o tropear contínuo

Dos





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