A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 5 / 117

Imagem da existência! Enquanto passam

Os dias infantis, as paixões tuas,

Homem, qual então és, são débeis todas.

Cresceste: ei-las torrente, em cujo dorso

Sobrenadam a dor e o pranto e o longo

Gemido do remorso, a qual lançar-se

Vai com rouco estridor no antro da morte,

Lá, onde é tudo horror, silêncio, noite.

Da vida tua instantes florescentes

Foram dois, e não mais: as cãs e rugas,

Logo, rebate de teu fim te deram.

Tu foste apenas som, que, o ar ferindo,

Murmurou, esqueceu, passou no espaço.

E a casa do Senhor ergueu-se. O ferro

Cortou a penedia; e o canto enorme

Polido alveja ali no espesso pano

Do muro colossal, que era após era,

Como onda e onda ao desdobrar na areia,

Viu vir chegando e adormecer-lhe ao lado.

O ulmo e o choupo no cair rangeram

Sob o machado: a trave afeiçoou-se;

Lá no cimo pousou: restruge ao longe

De martelos fragor, e eis ergue o templo,

Por entre as nuvens, bronzeadas grimpas.





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