A Harpa do Crente - Cap. 4: MOCIDADE E MORTE Pág. 66 / 117

Qual era o teu direito a ver o mundo

Teu jus à existência?

Olha no Outono o ulmeiro

Que o vendaval agita,

E cujas ténues folhas

Aos centos precipita.

São a folha do ulmeiro o nome e a fama,

E o amar dos humanos:

Ao nada do que foi assim se atiram

No vórtice dos anos.

Que é a glória na Terra? Um eco frouxo,

Que somem mil ruídos.

E a voz da Terra o que é, na voz imensa

Dos orbes reunidos?

Amor!, amor terreno!... Ai, se pudesses

Compreender a amargura,

Com que te choro, ó alma transviada!

Eu, que te amei do berço, e qual doçura

Há no afecto que liga o anjo ao homem,

Rindo despiras esse corpo enfermo,

Para te unir a mim, para aspirares

O gozo celestial de amor sem termo!

Alma triste, que mesquinha

Te debruças sobre o Inferno,

Ouve o anjo, pobrezinha;

Vem ao gozo sempiterno.





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