do Eterno!
E o belo astro que expira
Maldiz a Providência,
Maldiz a mão que o esmaga?
Acaso pára o cântico superno?
Ou apenas suspira
O moribundo,
Que se chamava um mundo?
Quem vai pôr uma campa sobre os restos
Desse inerte planeta,
Que o destrutor cometa
Incinerou na rápida passagem?
E tu, átomo obscuro,
Que varre à tarde a aragem,
Soltas do seio impuro
Maldição insensata,
Porque o teu Deus te evoca à eternidade?
Que é o viver? O umbral, a que um momento
O espírito, surgindo
Das solidões do nada
À voz do Criador, se encosta, e atento
Contempla a luz e o céu; donde desata
Seu voo à imensidade.
Geme acaso o passarinho
De saudade,
Quando as asas expande, e deixa o ninho
A vez primeira, a mergulhar nos ares?
Volve olhos lacrimosos
Aos mares tormentosos
O navegante, quando aproa às plagas
Da pátria suspirada?
Porque morres?! Pergunta à Providência
Porque te fez nascer.