A Harpa do Crente - Cap. 7: O SOLDADO Pág. 84 / 117

o gemer do aflito,

Sumido, acorde soa;

E o cintilar das águas

Gera amargura e dor,

Qual lâmpada, que pende

No templo do Senhor,

Lá pela madrugada,

Se o óleo lhe escasseia,

E a espaços expirando,

Afrouxa e bruxuleia.

III

Bem abundante messe

De pranto e de saudade

O foragido errante

Colhe na soledade!

Para o que a pátria perde

É o universo mudo;

Nada lhe ri na vida;

Mora o fastio em tudo;

No meio das procelas,

Na calma do oceano,

No sopro do galerno,

Que enfuna o largo pano.

E no entestar coa terra

Por abrigado esteiro,

E no pousar à sombra

Do tecto do estrangeiro.

IV

E essas memórias tristes

Minha alma laceraram,

E a senda da existência

Bem agra me tornaram:

Porém nem sempre férreo

Foi meu destino escuro;

Sulcou de luz um raio

As trevas do futuro.





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