A Harpa do Crente - Cap. 7: O SOLDADO Pág. 89 / 117

.. depois do morrer!

VII

Assim, entre amarguras,

Me delirava a mente;

E o Sol ia fugindo

No termo do Ocidente.

E os fortes lá jaziam

Coa face ao céu voltada;

Sorria a noite aos mortos,

Passando sossegada.

Porém, a noite deles

Não era a que passava!

Na eternidade a sua

Corria, e não findava.

Contrários ainda há pouco,

Irmãos, enfim, lá eram!

O seu tesouro de ódio,

Mordendo o pó, cederam.

No limiar da morte

Assim tudo fenece:

Inimizades calam,

E até o amor esquece!

Meus dias rodeados

Foram de amor outrora;

E nem um vão suspiro

Terei, morrendo, agora,

Nem o apertar da dextra

Ao desprender da vida,

Nem lágrima fraterna

Sobre a feral jazida!

Meu derradeiro alento

Não colherão os meus.

Por minha alma aterrada

Quem pedirá a Deus?

Ninguém! Aos pés o servo

Meus restos calcará,

E o riso ímpio, odiento,

Mofando soltará.





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